Caminho de Santiago – Um passeio pela história





 Autor: Carlos Augusto Ozório
Gênero: Espiritualidade, Viagens
ISBN: 9788564469488
Nº de páginas: 120
Dimensão: 14x21 cm
Palavras Chaves: Caminho de Santiago, Santiago de Compostela, Editora Dracaena, Publique seu livro.





 SINOPSE:
Era uma vez… Uma concha!

Há muito tempo atrás numa terra distante, vivia um bom homem. Tiago era seu nome. Assim como seu pai e seu irmão, vivia da pesca no Mar da Galiléia.

Diz a Bíblia, que certo dia Jesus Cristo passava por ali e convidou Tiago e seu irmão para seguirem com ele. E assim, Tiago e João tornaram-se Apóstolos de Cristo.

Após a crucificação de Jesus, Tiago foi para Galícia onde passou seis anos pregando. Retornando à Palestina, descobriu que o rei Herodes havia desencadeado uma perseguição aos cristãos, e Tiago aos 44 anos, foi decapitado.

Diz à lenda que, o corpo de Tiago foi elevado para a Galícia. E lá foi esquecido.

Centenas de anos se passaram e por volta do ano 813 o Bispo da Galícia foi informado que nos campos da Via Ária, milagres estavam acontecendo e mandou investigar.

Em uma linda noite de lua nova, de céu limpo e estrelado, dois pastores encontraram uma urna de prata. Foi lá em “Campus Stellae” que significa Campo de Estrelas, que a urna, com as inscrições Apóstolo Tiago, foi encontrada.

Em “Campus Stellae” foi erguida uma catedral em homenagem ao Apóstolo Tiago: A catedral de São Tiago de “Campus Stellae” ou Santiago de Compostela, como hoje é conhecida.

Quando a notícia correu na Europa cristã, que os restos mortais do Apóstolo de Cristo estavam na Catedral de Santiago de Compostela, milhares de pessoas vieram de todas as partes para homenagear o Santo, pedir benção, pagar promessa ou simplesmente agradecer a Deus e rezar pelo Apóstolo. Este caminho ficou conhecido como Caminho de Santiago de Compostela.

O incrível é constatar que desde o século IX, milhares de peregrinos fazem o Caminho de Santiago a cada ano. Mesmo a Europa tendo passado por épocas complicadas, marcadas por guerras, ditaduras, inquisições… O Caminho nunca deixou de ser feito.

A Concha de Viera, comum na costa da Galícia, virou símbolo da peregrinação. Os peregrinos traziam esta bonita concha de recordação.

Ter feito o Caminho era mais que uma prova de fé. Na Idade Média, a Igreja Católica, que tinha uma influência muito grande na sociedade, reconhecia e valoriza peregrino, causando inveja em alguns.

A índole do ser humano é algo inexplicável, muitos conseguiam suas conchas sem mesmo terem saído de suas casas, mas a usavam no intuito de também se destacar na sociedade.

A igreja, para acabar com essa bagunça, criou La Compostela, um documento oficial da Igreja Católica dado aos que realmente cumpriam a peregrinação.

Nos dias de hoje, para comprovar a peregrinação, deve-se apresentar a Credencial do Peregrino, uma espécie de passaporte, distribuído gratuitamente pelas igrejas e Associações dos Amigos do Caminho de Compostela.

Em cada cidade que passamos, carimbamos nossa credencial nas igrejas, albergues ou até mesmo nas padarias espalhadas pelo caminho comprovando a nossa passagem por lá. Ao chegar à Santiago, apresenta-se a Credencial recheada de carimbos que é verificada minuciosamente pela Igreja antes de nos conceder a La Compostela.

Se eu pudesse resumir o que é na prática “fazer o Caminho”, eu diria que é seguir as setas amarelas espalhadas pelas trilhas, colecionando carimbos pelos locais onde passamos.

As setas representam a certeza de que não estamos perdidos. Quando passamos muito tempo sem ver alguma, pode estar certo, algo está errado.

As Associações dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela mantém com muito amor as trilhas. Cada associação se compromete em preservar e manter um trecho, retirando galhos que por ventura caiam nas trilhas atrapalhando a passagem dos peregrinos além de, pintar e repintar as setas amarelas ou Flechas Amarillas se preferir.

Qual o motivo da minha peregrinação?

Muitas pessoas fazem o caminho por motivos religiosos ou místicos. Dizem que o Caminho é mágico e transforma as pessoas. E lá fui eu juntar-me nessa comunhão.

Era 31 de julho. Dia do meu aniversário. Completava 41 anos e de presente, entrei num trem com destino ao Sul da França. Havia escolhido uma pequena cidade, chamada Lescar, como ponto de partida. Era lá que eu deveria receber o meu primeiro carimbo!

E assim começa a história do meu caminho.

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