Resenha do livro Toda luz que não podemos ver


Li Toda luz que não podemos ver há algumas semanas, mas fiquei sem palavras para escrever a resenha logo de cara. Isso porque é um livro que nos faz refletir, então é preciso um tempo para organizar as ideias. Eu espero que agora minhas ideias estejam claras, para que eu consiga transmitir para vocês tudo o que mais me encantou no livro. 

Logo que Toda luz que não podemos ver foi lançado, o título despertou meu interesse. É um título curioso e sensível, tão sensível quanto a história. O livro aborda paralelamente a história de Werner e Marie-Laure, um menino alemão e uma menina francesa, personagens belíssimos unidos e separados pela guerra.

Werner é um garoto órfão que vive com sua irmã num abrigo. Ele é um garoto curioso, inteligentíssimo e logo ficou conhecido pelas redondezas por onde morava pela sua capacidade de consertar rádios. Um talento muito bom, mas que o levou a ir antecipadamente para o monstruoso cenário da guerra. Por causa do seu talento, ele conseguiu entrar em uma escola nazista, e por causa desse mesmo talento, ele foi enviado apenas aos dezesseis anos para a guerra, para que pudesse descobrir fontes de transmissões de rádio usadas pelos inimigos. Antes mesmo de ir à guerra, Werner havia aprendido a colocar as emoções de lado e apenas servir. Na guerra, isso era fundamental, mas depois de testemunhar tantos horrores o coração de Werner começa a enternecer, e ele começa a sentir saudades de casa, da irmã, da infância que lhe foi roubada, da vida... E isso fica evidente quando ele se depara com Marie-Laure, uma garota cega que parece tão perdida quanto ele em meio a todo o tumulto na vida das pessoas durante a Segunda Guerra.

Marie-Laure é uma menina que vive com seu pai. Aos sete anos ela começa a perder a visão, e desde então tem que se adaptar a uma vida de escuridão. Seu pai, é um homem amoroso que cuida da filha com muito zelo. A relação entre os dois é comovente, pois quando Marie perde a visão, o pai passa a ser os olhos dela, descrevendo o mundo de forma encantadora. Até mesmo quando eles são obrigados a sair da França, e tudo ao redor está um caos, o pai de Marie, com sua doce imaginação, faz Marie acreditar que tudo ficará bem, contando histórias alegres, de um mundo totalmente oposto a tudo o que eles estavam vivendo.

O tio de Marie, o homem que havia abrigado ela e o pai em sua casa, é o responsável por uma dessas transmissões ilegais. E isso é o que faz com que o caminho dela se encontre com o de Werner. Mas, para os que adoram romances como eu, não se iludam em achar que o livro trata de uma bela história de amor. Na verdade, os dois jovens só se encontram lá pelo final do livro e o encontro entre eles é breve, mas carregado de belos sentimentos. Vale a pena ler quase todo o livro para chegar nesse momento. E vale a pena ler tudo antes disso, pois os personagens são fantásticos e a maneira como a história é narrada deixa tudo muito belo. Uma linguagem lírica para relatar o trágico.

Quem não gosta de chorar, não leia esse livro. Eu fiquei meio melancólica por uns três dias. Haha! O final não é feliz. E não adianta ficar com raiva do autor, pois se é um livro cuja a história se passa no período da guerra, não dá para esperar finais felizes, não é? Pois quem saiu da guerra sem levar nenhuma marca? Cicatrizes externas e, principalmente, internas? Todos os personagens tiveram as suas perdas. Mesmo os que saíram vivos da guerra. 

Toda luz que não podemos ver é um livro que recomendo para podermos olhar para o mundo com outros olhos. Pois, para aqueles que reclamam de tudo a sua volta, lamento dizer: Sim, o mundo já esteve bem pior.

Conheça outro livro que sua história aborda a Segunda Guerra Mundial:

O Bangalô





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